Concurso escolhe projeto para biblioteca jurídica da USP

GIOVANNA BALOGH
DE SÃO PAULO

Um concurso do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) escolheu um projeto arquitetônico para dar uma nova cara para a biblioteca da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Localizada ao lado do largo São Francisco, na rua Senador Feijó (região central de SP), o espaço foi alvo de polêmica em 2010 por armazenar de forma improvisada parte do acervo jurídico.

À época, os livros eram mantidos em caixas e tiveram de retornar para o prédio histórico da faculdade. Hoje, dos nove andares, o prédio abriga acervo em apenas quatro deles e enfrenta vários problemas para receber o público como, por exemplo, a falta de elevadores funcionando no local.

Insatisfeito com a subutilização do prédio, o presidente da Comissão de Bibliotecas da faculdade, o professor Virgílio Afonso da Silva, teve a ideia de lançar o concurso e propôs a iniciativa para o IAB, conforme revelou hoje o jornal "O Estado de S.Paulo". O edital do concurso foi lançado em abril deste ano e recebeu 96 projetos.

Segundo o professor, a ideia não era fazer uma simples reforma, mas "olhar para o futuro" de um prédio importante no centro da cidade. "Nossa proposta é ter algo novo não pensando só na faculdade, mas na cidade como um todo pois é raro uma intervenção arquitetônica tão importante e contemporânea como essa no centro da cidade", ressalta.

Projeto da nova biblioteca da USP
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/08/1326260-concurso-escolhe-projeto-para-biblioteca-juridica-da-usp.shtml

O presidente da comissão diz ainda que optou pelo concurso pois permite criar uma competição entre os arquitetos do país. "Existe muita gente talentosa. A ideia era fazer eles pensarem em algo novo, para o futuro", comenta. O objetivo também foi dar transparência ao projeto sem contratar um determinado escritório de arquitetura.

Como o concurso tem gastos, foi criado um site onde é possível fazer doações para a iniciativa. Ao todo, foi arrecadado R$ 174 mil sendo que a maioria foi doado por ex-alunos e professores. O concurso contou com uma comissão de cinco renomados arquitetos, entre eles, Eduardo de Almeida, responsável pela biblioteca Mindlin, na USP, e arquitetos que participaram também da modernização da Mário de Andrade, no centro de SP.

O projeto escolhido foi desenvolvido por sete jovens de Porto Alegre. Para a arquiteta Camila da Rocha Thiesen, 24, a possibilidade de vencer o concurso ajuda a dar visibilidade para os escritórios dos autores. concursos, como este, possibilitam o acesso de escritórios jovens à projetos dessa importância. Ela e os seis arquitetos integrantes da equipe têm no máximo quatro anos de formados.

Formada há dois anos, ela diz que concursos, como este, possibilitam o acesso de escritórios jovens à projetos dessa importância. Ela e os seis arquitetos integrantes da equipe têm no máximo quatro anos de formados.

Para os autores, o projeto vencedor é racional, ou seja, aproveita os elementos do edifício e faz a requalificação de outros. "Criamos espaços de leitura com pé direito duplo, conectando os ambientes entre um pavimento e outro." Outro diferencial, destaca a jovem arquiteta, é a fachada que receberá chapas metálicas perfuradas que fazem alusão aos livros.

Segundo o professor da USP, ainda não há estimativa de quanto custaria o novo projeto nem o prazo para ele ficar pronto. Ele conta que o próximo passo será conversar com os vencedores do concurso para então calcular o custo e depois negociar com a universidade. Ele não descarta, porém, a possibilidade de buscar parcerias com a iniciativa privada.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/08/1326260-concurso-escolhe-projeto-para-biblioteca-juridica-da-usp.shtml