quarta-feira, 2 de junho de 2010

País precisará construir 25 bibliotecas por dia no ensino fundamental para cumprir nova lei

Brasília - Municípios e estados terão muito trabalho para cumprir a lei sancionada na semana passada que determina que toda a escola deve ter uma biblioteca. O maior desafio está nos estabelecimentos do ensino fundamental: será necessário construir 25 bibliotecas por dia até 2020, prazo limite para adequação à medida.

O diagnóstico é de um estudo realizado pelo movimento Todos pela Educação, com base em dados do Censo da Educação Básica de 2008. “Essa dificuldade é decorrente da falta de visão do Brasil sobre a importância da biblioteca. No mundo todo as bibliotecas são doadas por mantenedores que têm uma alegria imensa de poder doar um acervo”, compara Luis Norberto, do Comitê Gestor do Todos pela Educação.

O déficit de bibliotecas no ensino fundamental é de 93 mil. Desse total, 89,7 mil são escolas públicas e 3,9 mil, estabelecimentos privados de ensino. Na educação infantil, apenas 30% dos colégios têm acervo e será necessário criar 21 bibliotecas por dia para cumpri r o que determina a nova lei. A melhor situação é a do ensino médio, etapa em que o número de escolas sem biblioteca é de 3.471.

Norberto defende que, além da ação dos gestores, será necessário o envolvimento de toda a sociedade no desafio. “A lei é uma direção, mas ela não faz nada. Nós, sociedade, é que devemos fazê-la funcionar. A tarefa não é só dos gestores, imagine se cada empresário doasse um acervo para uma escola, em dois anos o problema estava resolvido”, diz.

Na comparação entre as redes de ensino, a situação é pior nos colégios municipais, que contam com menos bibliotecas do que as escolas estaduais. O estudo do Todos pela Educação chama a atenção para outro fator que pode dificultar o cumprimento da lei: faltarão profissionais qualificados para trabalhar nesses espaços.

A legislação estabelece que as bibliotecas devem ser administradas por especialistas da área – os bibliotecários. Mas, segundo levantamento da entidade, hoje há um total de 21,6 mil profissionais habilitados, enquanto o país conta com aproximadamente 200 mil escolas de educação básica.

Para Norberto, com a entrada obrigatória das crianças na educação infantil aos 4 anos, estabelecida por lei no ano passado, e a implantação das bibliotecas, os alunos vão aprender a ler mais cedo. "É uma mudança radical e positiva. Daqui a dez anos, as crianças vão estar alfabetizadas aos 8 anos, é um futuro muito melhor", afirma.
Publicado originalmente no Correio Braziliense em 02/06/2010
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/02/brasil,i=195777/PAIS+PRECISARA+CONSTRUIR+25+BIBLIOTECAS+POR+DIA+NO+ENSINO+FUNDAMENTAL+PARA+CUMPRIR+NOVA+LEI.shtml

Assembléia Geral do SinBiesp

ATENÇÃO, colegas bibliotecários,
O SINBIESP, chama para Assembléia Geral. Vamos participar e reforçar nossa categoria.

A Assembléia Geral do Sindicato dos Bibliotecários do Estado de São Paulo será realizada no dia 19 de junho, sábado, às 10 horas, na FESPSP- Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, sala 53 – 5º andar, Rua Dr. Cesário Mota Jr., 262 - Vila Buarque, próximo às estações República e Santa Cecília do metrô.
A reunião tratará das reivindicações referentes à negociação do aumento salarial e do novo piso salarial da categoria.

Ouça a entrevista da presidente do CRB8, profa. Evanda Paulino, à rádio Cidade de Jundiai.

Quantos livros fazem uma BIBLIOTECA?

LEI FEDERAL EXIGE QUE ESCOLAS TENHAM ESTRUTURA DE LEITURA E PESQUISA BIBLIOGRÁFICA, COM PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS. FOMOS ATRÁS DE COMO ESTÃO AS ESCOLAS DE JOINVILLE NESSES QUESITOS

Biblioteca é aquele espaço não apenas de leitura, mas de desafios e descobertas. É também o nome dado a uma coleção de livros. Independentemente disso, estas duas definições estão presentes na lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 25 de maio. De acordo com o texto, todas as instituições de ensino do País, incluindo públicas e privadas, devem ter biblioteca. Em Joinville, todas as escolas têm um acervo, conforme exigido pela lei. Porém, nem todas possuem um espaço próprio e um profissional responsável por esta casa de leitura.

A lei exige: cada biblioteca deve ter, no mínimo, um livro para cada aluno matriculado. O funcionamento, a organização e a manutenção desses espaços serão definidos pelas instituições. Além da coleção de livros, a biblioteca deve contar com materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte disponíveis para leitura e consulta. Segundo o censo escolar de 2008, realizado pelo Ministério da Educação, 37% das 200 mil escolas de educação básica no Brasil não possuem biblioteca. Em dez anos, todas devem se regularizar.

“Se pensamos na lei, todas as escolas estão dentro da lei. O que precisamos adequar é a necessidade de um profissional. Não basta ter só o acervo, ele precisa ser usado” explica a coordenadora da Biblioteca Municipal Rolf Colin, Alcione Pauli. Segundo ela, também é necessário levar mais livros para as escolas rurais e periféricas.

A lei não preocupou a direção da Escola Municipal Amador Aguiar. A instituição leva o nome de um dos maiores bancários brasileiros e tem na biblioteca o maior acervo das escolas municipais de Joinville. Ao todo, são 13 mil livros para 1.125 estudantes matriculados. Na biblioteca, os alunos das séries iniciais não precisam obedecer ao tradicional tradicional pedido de silêncio. Durante este período, eles compartilham com os colegas o que descobriram nos livros. Afinal, há livros de vários sabores e para todos os gostos. “Estamos democratizando o acervo. Biblioteca muito arrumadinha não é muito utilizada”, analisa a professora e bibliotecária Paullet Gillet.

Toda semana as crianças escolhem dois livros. Um para ler em seguida, outro para levar para casa. Depois, em fila, formalizam o empréstimo com a Paullet. A regra é clara: se um aluno atrasa a devolução, em casa, ninguém da turma leva. A proposta está funcionando. Do 1º ao 9º ano, todas as séries visitam o local. De hora em hora, tem uma turma na biblioteca. O recreio também é hora de leitura, seja na biblioteca ou fora dela.

Foram os alunos que apelidaram uma parte da biblioteca de “Cantinho Sagrado”. É ali que ficam os materiais para disciplina de ensino religioso: bíblias de vários tamanhos e outros livros. O patrono Mario Zandron, que deu nome à biblioteca, é o principal responsável pelo numeroso acervo.

Desde 2002, o empresário joinvilense doa equipamentos e livros para a instituição. “Está ótimo o acervo da escola. Os alunos estão redescobrindo este lugar’, explica Paullet. Além de orientar os visitantes, ela faz contação de histórias. A última foi extraída do livro “Eu Te Amo Para Sempre”, que narra a história de um personagem zeloso e apaixonado por livros. Outra mensagem está escrita na parede, com a frase de Monteiro Lobato: “Um País se faz com homens e livros”.
Publicado originalmente no Jornal A Noticia de Joinville em 02/06/2010
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2923269.xml&template=4187.dwt&edition=14815§ion=1186

Ter livros em casa aumenta o grau de educação

Pesquisadores descobriram que ter livros em casa pode ser mais benéfico aos filhos do que o grau de educação dos pais

Camila de Lira, iG São Paulo

Ter livros em casa tem mais influência sobre as crianças do que o grau de educação dos pais

Por muito tempo se acreditou que o grau de estudos dos pais era um fator importante e determinante para a formação acadêmica dos filhos, mas, segundo uma pesquisa da Universidade de Nevada, a questão foi posta em dúvida. Segundo os pesquisadores, ter livros em casa é crucial para o aumento do grau de escolaridade dos filhos – e é mais importante do que o nível educacional dos pais.

Durante 20 anos, os pesquisadores analisaram hábitos de pais e crianças, assim como seus currículos, e chegaram à conclusão que as crianças que tiveram livros em casa avançaram pelo menos 3 anos no grau de escolaridade em comparação ao dos pais. De acordo com a psicopedagoga Maria Cristina Natel, a existência de livros é altamente benéfica para as crianças. “Nesta atmosfera, a criança tem uma imersão no ambiente da cultura e das letras, e isso faz com que ela se habitue ao universo da leitura, até mesmo antes de entrar na escola”, explica.

A pedagoga Célia Abicalil, coordenadora do Grupo de Pesquisa do Letramento Literário da Faculdade de Educação da UFMG, diz que a leitura forma o sujeito para a sociedade, porque faz com que ele tenha uma visão mais ampla de tudo que o cerca. “Uma criança que lê se torna um adulto mais inteiro no seu modo de olhar para o mundo”, diz.

Abicalil completa que o primeiro passo para incentivar a leitura é proporcionar o acesso aos livros, mas também aponta a importância de criar o hábito nos filhos. “Isso é fundamental para que eles se acostumem com o trabalho da leitura”, diz. Natel explica que os pais têm um papel importante nesta formação. “Não basta ter o livro em casa, o adulto precisa mediar o objeto de conhecimento”, diz.

Veja algumas dicas das especialistas que podem ser benéficos para estimular seu filho a ler

- Ler para a criança e contar histórias para ela é o primeiro passo. Tal hábito, segundo as pedagogas, pode começar desde a gravidez

- Ler em casa. O hábito de leitura dos pais influencia os pequenos a procurarem também os livros

- Criar um ambiente para a criança ler: um local com prateleiras baixas e com espaço para ela sentar

- Levar a criança em bibliotecas e livrarias

- Quando mais velhas, apresentar livros de assuntos que despertem o interesse e conversar com elas sobre os enredos dos livros

Publicado originalmente em http://delas.ig.com.br/filhos/ter+livros+em+casa+aumenta+o+grau+de+educacao/n1237649702762.html

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Entrevista à CBN

Ouça a entrevista da presidente do CRB8, professora Evanda Paulino, à rádio CBN, falando sobre a importância da biblioteca escolar no processo educativo.