sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Centros para recuperar a memória corporativa criam oportunidades

Por Jacilio Saraiva

"Mercado de trabalho: Empresas investem na valorização de seu patrimônio cultural e contratam profissionais especializados em museologia, história, arquivologia e biblioteconomia.

Cada vez mais empresas têm se preocupado em criar centros de memória para guardar documentos, objetos, fotos e imagens que contam a história da organização. Assim, um novo mercado de trabalho começa a ganhar força, principalmente para profissionais das áreas de museologia, história, arquivologia e biblioteconomia. Os núcleos têm equipes enxutas e, no Brasil, pelo menos 15 corporações como Bunge, Unilever e Bosch mantém investimentos com essa finalidade.
Para Dalva Marques, diretora da Asap, consultoria que recruta executivos de média gerência, os profissionais que trabalham em centros de memória empresariais começam a ganhar maior visibilidade no mercado. "Mais organizações estão enxergando as iniciativas de valorização da história empresarial como parte de uma estratégia para mostrar valores culturais, sociais e históricos", analisa. "Os colaboradores se identificam e os acervos podem fazer parte de uma política de retenção de talentos. Ao mesmo tempo, é possível atrair pessoas alinhadas com essa cultura organizacional."
Os profissionais precisam ser capazes de atuar na gestão de informações e de ações internas como orientação a pesquisas, organização de visitas, exposições, palestras e até iniciativas de integração de novos funcionários. Segundo Lygia Rodrigues, diretora da Grifo Projetos Históricos, que desenvolve projetos para a Unilever e para o Metrô de São Paulo, as empresas que desenvolvem centros de informação histórica são, geralmente, de grande porte, têm mais de 30 anos de atividade e estão em um estágio avançado na área de responsabilidade social corporativa. Até o fim do ano, a Grifo espera fechar até três novos contratos de formação e manutenção de centros corporativos.
O Centro de Memória Bunge, de uma das principais empresas de agronegócio e alimentos do país, reúne mais de 600 mil imagens, 1,3 mil caixas de documentos, 3 mil peças de filmes e 100 horas de depoimentos de funcionários. "O acervo conta a trajetória da indústria e do agronegócio brasileiros, com informações sobre arquitetura, design, marketing e propaganda, a partir da história da Bunge", explica Cláudia Calais, gerente de responsabilidade social da Fundação Bunge, que coordena a unidade. O investimento anual para a manutenção do centro é de cerca de R$ 700 mil.
Para dar conta do recado, Cláudia montou uma equipe de três profissionais: uma museóloga, que coordena o núcleo; uma documentalista, com especialização em historiografia e arquivologia; e uma analista de assuntos institucionais, com formação em comunicação social, planejamento e marketing. Além da gerência do material, o grupo organiza exposições, visitas e palestras. No ano passado, foram 11 visitas e 494 pedidos de pesquisas atendidos. Este ano, a Bunge organizou um encontro que reuniu 15 centros de memória de grandes grupos para discutir como
os equipamentos podem ser usados como ferramenta de gestão empresarial.
Estão previstos outros dois eventos em 2010.

Na Unilever, uma equipe de sete pessoas - a maioria historiadores com formação em arquivologia - trabalha no Centro de História Unilever, criado em 2001 com a ajuda de uma empresa especializada em projetos históricos. "Os funcionários realizam um trabalho permanente de pesquisa e levantamento de documentos para garantir o registro das principais iniciativas da empresa e de suas marcas", explica Agatha Faria, gerente de comunicação externa. Toda a documentação recebe um tratamento que vai desde a descrição em um banco de dados eletrônico até o acondicionamento de acordo com a origem dos itens.
São mais de 65 mil documentos entre anúncios impressos, comerciais de TV, peças promocionais, embalagens, fotografias, jingles, vídeos institucionais e depoimentos de profissionais.
Desde o ano passado, o centro da Unilever mantém um sistema integrado ao Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da companhia, que direciona contatos feitos em busca de informações históricas. Em 2009, foram feitas mil consultas. "Os centros de memória têm um papel importante, pois contribuem para que as instituições preservem e compartilhem um legado de conhecimento com a sociedade."
Para Sandra Reis, coordenadora do Centro de Memória Bosch, do grupo Bosch, em Campinas (SP), o objetivo da empresa com a formação da unidade, em 2003, era resgatar e organizar seu patrimônio cultural. O centro faz parte do Instituto Robert Bosch, braço social da companhia no país. Emprega uma cientista social com especialização em arquivos e uma estagiária de história. "O trabalho foi pioneiro entre as regionais da Bosch fora da Alemanha", afirma.
O núcleo tem 2,5 mil peças de audiovisual, 50 mil imagens no acervo iconográfico, 1,5 mil plantas e cartazes e 52 depoimentos de colaboradores e ex-empregados.
A Bosch, que atua nos setores de tecnologia automotiva, industrial, de construção e bens de consumo, planeja ainda usar a unidade em atividades de integração de novos funcionários, treinamentos e encontros com fornecedores.
A Natura, Eletrobrás e a Algar Telecom (ex-CTBC) também já têm centros de memória próprios. Outras empresas estudam a criação de complexos do gênero. "Estamos avaliando o melhor formato e espaço", revela Maria Helena Monteiro, vice-presidente de relacionamento e administração da SulAmérica. A partir de 2007, a companhia começou a organizar seu acervo com a ajuda de uma bibliotecária. O conjunto reúne cerca de 100 pastas de fotos e documentos, que contém desde a primeira apólice emitida pela seguradora até relatórios anuais. A SulAmérica tem 114 anos de mercado.
É preciso ser comunicativo e ter experiência com arquivos Os profissionais que desejam concorrer a vagas em centros de memória corporativos precisam ter experiência no setor de arquivos e facilidade de comunicação para oferecer suporte às pesquisas e interagir com outras áreas da organização. Conhecer a empresa profundamente e o ramo de negócio onde ela se insere também pode ajudar os funcionários a se manterem no cargo.
Para Dalva Marques, diretora da Asap, especializada no recrutamento de executivos e consultoria de RH, é comum nessa área a existência de equipes multidisciplinares. Na opinião de Cláudia Calais, gerente de responsabilidade social da Fundação Bunge, noções de história e comunicação são fundamentais.
A gerente de comunicação externa da Unilever, Agatha Faria, ressalta que os funcionários dos centros precisam ser, antes de tudo, bons pesquisadores. "Além de reunir as informações, eles devem ser capazes de compreender o contexto de desenvolvimento da empresa e do mercado onde ela atua", afirma. De acordo com a historiadora Lygia Rodrigues, que presta serviços para centros de memória, há poucos cursos de graduação em arquivologia no Brasil. Exsitem opções no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e em Brasília.
Agatha afirma que o executivo deve ser comunicativo, pois o trabalho exige o relacionamento com diferentes áreas da empresa e o atendimento a consultas. "O coordenador do centro precisa ter experiência no gerenciamento de equipes e criatividade para captar as melhores formas de divulgar o material colhido. Saber atuar em sintonia com as estratégias de comunicação institucional também é importante." Para Sandra Reis, coordenadora do Centro de Memória Bosch, é necessário montar exposições temáticas e dar suporte à produção de materiais de comunicação da empresa.
"Um bibliotecário pode direcionar a maneira correta de catalogar e arquivar documentos para facilitar o acesso no futuro", diz Helena Monteiro, vice-presidente de relacionamento e administração da SulAmérica, que já começou a organizar a "memorabilia" da corporação. "A profissional responsável trabalhava na companhia e conhecia o segmento de seguros, o que ajudou na compilação dos materiais." (JS)

Publicado originalmente no Jornal Valor Economico de 23/07/2010
Material enviado por Wellington Ferreira Rodrigues

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ação cultural na biblioteca pública e escolar

Dia 29/07/ às 14 horas a professora e pesquisadora Maria Helena Barros, ministrará uma palestra na Biblioteca Temática Hans Christian Andersen com o tema "Ação Cultural na biblioteca pública e na escolar".

A inscrição é gratuita.

O mundo é uma biblioteca

GILBERTO DIMENSTEIN

Trocar livros usados pelo mundo é como ter uma biblioteca espalhada por aí, sem sair de casa

A PROFESSORA de inglês Eunira Galioni está preparando um modo diferente de ocupar o tempo da sua aposentaria: trocar livros usados mundo afora. "É como se eu tivesse uma biblioteca espalhada pelo mundo, sem sair de casa." E, melhor, quase sem gastar dinheiro. Na maioria das vezes, sem gastar nem um centavo. Nem com o correio.
Tudo começou com a paixão de Eunira pela leitura, iniciada nos Estados Unidos, onde morou com os pais quando era menina. Seus pais saíram do Brasil para trabalhar como operários em Nova Jersey. Não tinham família nem amigos por lá. "Além de não conhecer ninguém, eu era muito tímida e, por isso, me refugiava nos livros."
Estava ali não só o encontro do prazer pela leitura mas uma forma de sobrevivência.
Aos 14 anos, ela voltou ao Brasil fluente em inglês. Muito tempo depois, tornou-se secretária bilíngue, casou-se, teve quatro filhos. Como era pouco o dinheiro, dava aulas de inglês para reforçar o orçamento. Conformou-se com a impossibilidade de comprar livros em inglês, proibitivos em seu orçamento. "Eu desenvolvi o hábito de ler o mesmo livro várias vezes."

Assim foi até que descobriu uma tribo planetária que, com a ajuda das tecnologias digitais, criou um sistema de trocas capaz de rastrear os mais diversos livros pelo mundo, cujo slogan é "Faça do mundo uma biblioteca".
Ela se cadastrou e logo começou a receber, em sua casa, livros em inglês dos mais diferentes países. Algumas vezes, recebia inesperadamente sacos de livros, por causa de uma parceria do projeto com uma empresa naval que se dispunha a fazer o carregamento sem cobrar nada. "Eu me sentia, sem exagero, abrindo um saco deixado pelo Papai Noel."
A prática virou um misto de hobby com rede social. Ela recebia o livro, devidamente cadastrado, e o passava adiante para alguém que se comprometia a manter a corrente. A pessoa que recebia, em algum lugar da cidade, registrava o livro na página da internet do "Bookcrossing" e, muitas vezes, deixava um comentário ou resenha. Como nem sempre tinha dinheiro para o correio, Eunira montou uma rede de contatos que a avisam quando alguém vai viajar para o exterior. O portador deixa o livro em alguma praça, parque ou café, e ela registra na internet para avisar algum possível interessado.

O virtual até já virou presencial. Numa viagem ao Canadá, encontrou-se pessoalmente com uma das integrantes da tribo -e, é claro, voltou com livros para casa.
Esse tipo de tribo prospera na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, é um hábito desconhecido. Seja porque pouca gente lê, seja porque as pessoas se agarram aos livros.
Mas, agora, o espaço literário mais nobre da cidade vai permitir a troca. A biblioteca Mário de Andrade, que, depois de fechada para reforma, se abre para o público nesta semana, terá um canto para as pessoas deixarem um livro para quem quiser pegá-lo e passá-lo adiante.
Prestes a se aposentar, Eunira ganhou, dessa maneira, um dos melhores lugares para fazer de seu mundo uma biblioteca.

Publicado originalmente: Folha De S. Paulo de 21/07/2010

Sobre as bibliotecas públicas de São Paulo

"CARLOS AUGUSTO CALIL
O investimento em reformas de 37 bibliotecas atingiu R$ 7 milhões, enquanto R$ 9 milhões foram destinados à aquisição de livros novos

A reabertura da seção circulante da Biblioteca Mário de Andrade, ocorrida ontem, é um excelente ponto de partida para discutir o acesso à leitura em São Paulo.
Em editorial publicado na última sexta-feira, 16 de julho, o jornal "Agora São Paulo", do Grupo Folha, celebrou simpaticamente a reabertura da circulante, que oferece acervo renovado, com títulos que figuram entre as listas de mais vendidos, e afirmava que o modelo deveria ser multiplicado.
É natural que a Biblioteca Mário de Andrade receba mais atenção da imprensa do que as outras 62 bibliotecas da rede municipal, pela sua importância histórica e cultural. Contudo, a renovação de acervos, associada a reformas estruturais de prédios públicos, vem sendo praticada pela gestão Serra/ Kassab desde 2005.
O investimento em reformas de 37 bibliotecas atingiu R$ 7 milhões, enquanto outros R$ 9 milhões foram destinados exclusivamente à aquisição de livros novos.
Os resultados não tardaram: no último mês de junho, a frequência de público nas bibliotecas da cidade foi de 83 mil pessoas.
O retorno do leitor à biblioteca é o reconhecimento do cuidado com o patrimônio público. Recente reabertura da Biblioteca Paulo Setúbal em Vila Formosa mereceu pouco destaque na imprensa. E, no entanto, o seu caso é exemplar.
Engradada, voltada para dentro de si própria, escura e deprimida, o seu sólido edifício encantou um jovem arquiteto que a fez ressurgir em sua plenitude. Vale a pena avaliar essa revitalização, cujo custo foi de pouco mais de R$ 1 milhão.
Em 2007, a Folha publicou uma nota na coluna "Há 50 anos" em que mostrava pela voz de Sérgio Milliet, ilustre diretor da Biblioteca Mário de Andrade, a necessidade imperiosa de impermeabilização da cobertura do prédio e de expansão de espaço para abrigar sua coleção de periódicos.
O título da matéria de 1957 era: "Biblioteca tem filas e goteiras".
Por que ninguém ouviu o apelo do grande crítico? Por que tivemos de esperar 50 anos para atender aos seus reclamos?
A intervenção em curso, iniciada em 2007, devolve à Mário o lugar que é só seu -na praça, na cidade e no país. Esse esforço faz parte de um programa de revitalização do centro e conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.
Com a cessão do antigo prédio do Ipesp, na rua Bráulio Gomes, pelo governo do Estado, concretiza-se o desejo histórico da "segunda torre", dedicada exclusivamente ao acervo de periódicos.
A obra de adaptação do edifício já começou, elevando o investimento na Mário de Andrade a mais de R$ 26 milhões.
A biblioteca reabre plenamente no início do próximo ano e o seu anexo será concluído ao longo de 2011. Dessa forma, ela estará preparada para reassumir seu papel indispensável na cultura da cidade."

CARLOS AUGUSTO CALIL, 59, é secretário municipal de Cultura de São Paulo e professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA/USP.

Publicado originalmente na Folha de São Paulo- Tendências e Debates em
22/07/2010

Após quase dois meses de instalação, biblioteca municipal ainda está desorganizada

"Após quase dois meses de instalação na nova sede, a Biblioteca Municipal Affonso de Taunay ainda mantém centenas de livros encaixotados, que não podem ser disponibilizados imediatamente para a população. A justificativa de funcionários que atendem no local é que os livros permanecem nas caixas porque ainda não há armários para organizá-los. De acordo com os funcionários, não há previsão de quando o mobiliário vá chegar.

Na manhã de ontem, quem procurava por títulos que ainda não estavam nas prateleiras era orientado a deixar o nome da obra com o funcionário encarregado de procurá-la e mais tarde era informado, por telefone, se o material constava do acervo.

No dia sete de maio, a prefeitura divulgou, em seu site oficial, a informação de que biblioteca estava de mudança da Praça Francisco Barreto para o prédio da Rua 20, esquina com a Avenida 20, onde funcionava o antigo Sebrae. Na ocasião, o diretor do Departamento Municipal de Cultura, Oswaldo Caiel Filho, garantiu que até o fim de maio tudo estaria no lugar. A nova sede da biblioteca foi oficialmente inaugurada dia 25 de maio. A justificativa para a mudança é de que o prédio da praça estava pequeno, não oferecendo condições ideais para os estudantes, leitores, pesquisadores e historiadores realizarem o seu trabalho.

Outro lado

Por e-mail, o diretor de Cultura disse que a prefeitura aguardava a chegada dos armários para o fim de junho, mas que, como o prédio do antigo Fórum (Rua 18, esquina com a Avenida 15) será transferido para o município, a intenção é instalar a biblioteca definitivamente naquele local. Entretanto, Caiel garantiu que até o próximo dia nove a atual sede da biblioteca estará em plenas condições de uso. Segundo ele, com o reinício das aulas será deslocado mais um funcionário para biblioteca para auxiliar na busca de livros que estão encaixotados. Ele justificou que os livros disponíveis nos armários são aqueles mais procurados."

Publicado originalmente em Jornal de Barretos Regional – http://www.jornaldebarretos.com.br/novo

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pesquisador, o bibliotecário é seu melhor amigo


Dia 20 de Julho é o dia do amigo. Comemorando a data, vale a pena lembrar daquele que é o melhor amigo de todos os que procuram conhecimento e informações, o Bibliotecário.
Portanto, dê parabéns ao seu melhor amigo, ao seu parceiro pelas trilhas da leitura, dos livros e das bibliotecas.

PROJETO BIBLIOTECA-VITRINE

REUNIÃO APROXIMA BIBLIOTECÁRIOS ESCOLARES
Os bibliotecários escolares que inscreveram suas bibliotecas no Projeto Biblioteca-Vitrine, a partir do preenchimento do questionário sobre suas unidades, reuniram-se no dia 5 de julho no CRB/8 para refletir sobre realidades, práticas e idéias para o futuro.
Estiveram presentes bibliotecários de cinco escolas da cidade de São Paulo, além de três integrantes da Comissão de Educação, entre as quais a Coordenadora RosanaTelles e a Vice-Presidente do CRB/8, Profa. Mercês Apóstolo.
Todos aprovaram um primeiro contato presencial que promoveu uma verdadeira interação, alimentando o espírito de grupo, de categoria, tão necessário ao sucesso de nossas ações.
Vários aspectos do dia-a-dia de trabalho foram analisados. Parâmetros que configuram uma boa biblioteca escolar foram delineados. Mais ainda, o interesse e entusiasmo de todos fizeram do Projeto, realidade.

Continuaremos divulgando informações a respeito dos próximos passos.
Veja no site www.crb8.org.br com o inscrever a biblioteca de sua instituição. Acompanhe. Informe-se. Participe!

terça-feira, 20 de julho de 2010

EUA: Biblioteca em casa deixa crianças mais inteligentes

"Um grupo de sociólogos das universidades de Nevada em Las Vegas e da Califórnia em Los Angeles realizou o maior estudo internacional sobre a influência dos livros na educação escolar. Os resultados mostram que, independentemente do nível educacional dos pais, do status socioeconômico e do regime político, quanto mais livros houver em uma casa, mais anos de escolaridade atingirá a criança que crescer nela. Participaram do estudo mais de 70 mil pessoas de 27 países, entre os quais Estados Unidos, China, Rússia, França, Portugal, Chile, África do Sul (o Brasil não foi incluído). A conclusão foi publicada na revista Research in Social Stratification and Mobility.

No artigo, os autores explicam que o nível cultural e educacional dos pais também influencia a escolaridade atingida pela prole, mas nesse caso a correlação é mais fraca do que com o tamanho físico do acervo familiar de livros. Os resultados mostram também como o gosto pela leitura tende a diminuir diferenças sociais. Nos lares mais modestos, o efeito de cada acréscimo ao acervo no futuro acadêmico da criança é mais acentuado do que a adição de um volume a uma biblioteca mais ampla. Apesar de a tendência ter sido observada em todos os países, houve diferenças importantes entre eles.

Nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, uma biblioteca com cerca de 500 volumes representou acréscimo de dois a três anos na escolaridade das crianças, comparando com uma casa sem livros. Na Espanha e na Noruega, o número saltou para até cinco anos e na China atingiu o máximo, entre seis e sete anos.

Segundo os pesquisadores, o regime comunista poderia explicar o resultado chinês, pois em um país onde há mais restrições à liberdade individual os livros seriam bens culturais ainda mais valorizados pela família. O mesmo raciocínio poderia se aplicar aos números semelhantes verificados em países do Leste Europeu (que formavam o bloco comunista) e a África do Sul, que viveu décadas sob o apartheid. Os casos analisados foram de pessoas que cresceram em meio a esses regimes. "A leitura é uma ótima fonte para os oprimidos, seja qual for sua cor, seus opressores e as circunstâncias históricas", escreveram.

O estudo é uma prova irrefutável de que "uma casa onde os livros são valorizados fornece à criança ferramentas que são diretamente úteis no aprendizado escolar, como vocabulário, imaginação, amplo horizonte em história e geografia, a compreensão da importância da evidência no argumento, e muitas outras". E confirma os famosos versos de Castro Alves, do século 19: "Oh! Bendito o que semeia/ Livros... livros a mão-cheia.../ E manda o povo pensar!/ O livro caindo n'alma/ É germe - que faz a palma./ É chuva - que faz o mar."

Fonte: Luciana Christante - Revista Mente Cérebro - 07/07/2010"
Colaboração das colegas Regina Celi e Sonia Bertonazzi

domingo, 18 de julho de 2010

Biblioteca em Braúna

A Prefeitura de Braúna na região de Araçatuba deve inaugurar até o fim deste mês a Biblioteca Municipal da cidade. O espaço funcionará em um prédio alugado na avenida Barão do Rio Branco, 289, próximo ao Paço Municipal.

Saiba mais

Noticia enviada pelo colega Cláudio Matsumoto

Déficit nas bibliotecas é preocupante

"JULIANA VILAS

Um levantamento do Observatório Cidadão, do Movimento Nossa São Paulo, comparou o acervo municipal de livros adultos e mostrou que a região central é a única em que a relação de obras disponíveis por habitante é maior do que um. Atinge 1,8.

"É praticamente impossível acabar com o déficit literário na cidade ou atingir a marca de dois livros por habitante, índice que a Unesco define como ideal. Exigiria um investimento monstruoso, mesmo que a cidade parasse de crescer", diz Maria Zenita Monteiro, coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas.

A média em toda a capital é 0,24 livro/habitante, mas chega a zero em três áreas: São Mateus, Cidade Ademar e M' Boi Mirim. As bibliotecas com acervos mais completos estão, de fato, no centro. São as mais antigas, segundo Maria Zenita Monteiro, criadas antes de a cidade crescer tanto. "Como construir prédios públicos é caro e moroso, criamos os pontos e bosques de leitura", explica.

Uma vez por ano, no mínimo, novos exemplares são adquiridos pela rede municipal. Desde 2005, R$ 7 milhões foram investidos nas reformas de 37 bibliotecas e R$ 9 milhões na compra de novos livros -além de R$ 1,5 milhão em jornais e revistas.

Depois da Mário de Andrade, o segundo maior acervo é o do Centro Cultural São Paulo (CCSP), que recebe de 900 a mil pessoas por dia.

As duas maiores bibliotecas oferecem fácil acesso, estão próximas a estações de Metrô e situadas em avenidas com grande circulação de ônibus. Especialistas garantem, entretanto, que bibliotecas públicas, para atrair mais leitores, devem estar nos bairros e ter identificação social com as comunidades."
Publicado originalmente em Revista São Paulo- 18/07/2010

A Mário de Andrade reencontra o público

"Reforma parcial devolve aos paulistanos sua principal biblioteca, agora também circulante

GABRIELA LONGMAN

Intensificar a relação com a cidade. Esse parece ser o propósito da modernização da Biblioteca Mário de Andrade, que reabre parcialmente suas portas na quarta- feira depois de quase três anos fechada para reforma.

A seção Circulante volta a ocupar o prédio, com 42 mil volumes para empréstimo, 130 lugares em mesas de estudo e uma sala para a nova Coleção São Paulo -um conjunto de mil livros sobre a cidade disponíveis para consulta.

Dispostos lado a lado, um ensaio fotográfico de São Paulo em 1900, um livro contando a história do Teatro Oficina ou um tratado sobre as plantas mais comuns na região metropolitana podem satisfazer a ânsia de conhecimento de pesquisadores e curiosos.

"A ideia é passar por todos os temas que envolvem: arquitetura, história, economia...", explica William Okubo, diretor do acervo. "Quando alguém estiver passeando no centro e gostar de um prédio, poderá vir direto à biblioteca saber mais sobre ele."

Segundo a diretora da instituição, Maria Christina de Almeida, institutos de pesquisa como Sebrap ou Instituto Pólis estão sendo procurados para que seus estudos sobre a metrópole estejam disponíveis no novo espaço.

As medidas arquitetônicas parecem implementar um diálogo do interior da biblioteca com o entorno. Um corredor de vidro foi construído para interligar a Circulante à torre principal (ainda em reforma), onde ficam guardados mapas, obras de arte e os cerca de 300 mil volumes do acervo fixo.

Os passantes que atravessam o corredor veem e são vistos pelos passantes que caminham na calçada do lado de fora numa espécie de jogo. "Esse projeto teve por objetivo recuperar o caráter público do edifício. O plano é que ele volte a se relacionar com a praça de novo, com os cafés, com as passagens, com o teatro que está em volta", diz a arquiteta Renata Semim, uma das responsáveis pelo restauro e reforma do conjunto.

Nas salas que serão reinauguradas na quarta-feira, dia 21, chama atenção o contraste bem-sucedido entre o mobiliário de madeira antiga (restaurada) e as modernas estruturas de iluminação das mesas.

Um espaço foi reservado para receber atividades culturais -lançamentos, debates, leituras dramáticas. No próximo dia 26, por exemplo, o cineasta Ugo Giorgetti vai à biblioteca falar sobre a produção cinematográfica em São Paulo. "Queremos trazer os velhos frequentadores de volta à biblioteca", diz a diretora.

Voltam os empréstimos
Criada em 1944, a coleção Circulante deixou o prédio da Mário de Andrade em 1975. Desde então, ocupou diversos endereços. O retorno a Mário de Andrade só foi possível porque o acervo fixo -que não cabia mais no edifício- ganhou um prédio "anexo", o antigo edifício do Ipesp (Instituto da Previdência do Estado de São Paulo), que agora pertence à prefeitura e está sendo reformado para abrigar o acervo de periódicos (cerca de 2,8 milhões de fascículos).

Os trabalhos com o acervo fixo incluem limpeza, nova catalogação, digitalização e reforço de questões de segurança. Ninguém quer lembrar os acontecimentos de 2005, quando gravuras e documentos históricos foram roubados.

"Um corredor de vidro foi construído para ligar a biblioteca Circulante à torre principal do complexo"

Ranking dos maiores acervos municipais no centro

Mário de Andrade 302 mil (dos quais 42 mil estão disponíveis)
Centro Cultural São Paulo 140 mil
Monteiro Lobato 63.113
Raul Bopp 39.412
Fonte: Secretaria Municipal de Cultura"
Publicado originalmente em Revista São Paulo de 18/07/2010