terça-feira, 26 de abril de 2011

Reforma na praça Roosevelt despeja acervo feminista

MARIANA DESIDÉRIO - DE SÃO PAULO

A nova praça Roosevelt, prometida pela prefeitura para 2012, terá cachorródromo, floricultura, uma base da Polícia Militar e uma da Guarda Civil. Não haverá mais, no entanto, lugar para uma biblioteca com 12 mil livros e documentos que ocupava o local desde 1991.

O acervo é do CIM (Centro de Informação da Mulher), organização que reúne material sobre as causas e organizações feministas desde 1979, quando brasileiras exiladas em Paris começaram a coleção. Além dos livros, a biblioteca tem 1.700 periódicos e 3.400 cartazes.

A biblioteca saiu da praça no dia 14 de janeiro e ainda não tem lugar para ficar. Antes, em um espaço de 380 metros quadrados na Roosevelt, cedido pela prefeitura, a biblioteca agora ocupa uma sala alugada de 119 metros quadrados.
"É o principal acervo sobre o movimento feminista, eu diria que não só em São Paulo, mas também no Brasil", diz Maria Rosa Dória Ribeiro, doutoranda em história social na USP.
Segundo a prefeitura, o projeto inicial da praça previa abrigar o CIM. O prédio, porém, foi vetado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental.
A coordenadora do centro, Marta Baião, reclama de que não foi devidamente avisada e que houve perda de material na mudança.
A subprefeitura diz que ofereceu dois espaços, mas eles não foram aceitos.
Publicado originalmente Folha de S. Paulo, de 21.04.2011 – Pg. C8

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