quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quantos livros fazem uma BIBLIOTECA?

LEI FEDERAL EXIGE QUE ESCOLAS TENHAM ESTRUTURA DE LEITURA E PESQUISA BIBLIOGRÁFICA, COM PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS. FOMOS ATRÁS DE COMO ESTÃO AS ESCOLAS DE JOINVILLE NESSES QUESITOS

Biblioteca é aquele espaço não apenas de leitura, mas de desafios e descobertas. É também o nome dado a uma coleção de livros. Independentemente disso, estas duas definições estão presentes na lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 25 de maio. De acordo com o texto, todas as instituições de ensino do País, incluindo públicas e privadas, devem ter biblioteca. Em Joinville, todas as escolas têm um acervo, conforme exigido pela lei. Porém, nem todas possuem um espaço próprio e um profissional responsável por esta casa de leitura.

A lei exige: cada biblioteca deve ter, no mínimo, um livro para cada aluno matriculado. O funcionamento, a organização e a manutenção desses espaços serão definidos pelas instituições. Além da coleção de livros, a biblioteca deve contar com materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte disponíveis para leitura e consulta. Segundo o censo escolar de 2008, realizado pelo Ministério da Educação, 37% das 200 mil escolas de educação básica no Brasil não possuem biblioteca. Em dez anos, todas devem se regularizar.

“Se pensamos na lei, todas as escolas estão dentro da lei. O que precisamos adequar é a necessidade de um profissional. Não basta ter só o acervo, ele precisa ser usado” explica a coordenadora da Biblioteca Municipal Rolf Colin, Alcione Pauli. Segundo ela, também é necessário levar mais livros para as escolas rurais e periféricas.

A lei não preocupou a direção da Escola Municipal Amador Aguiar. A instituição leva o nome de um dos maiores bancários brasileiros e tem na biblioteca o maior acervo das escolas municipais de Joinville. Ao todo, são 13 mil livros para 1.125 estudantes matriculados. Na biblioteca, os alunos das séries iniciais não precisam obedecer ao tradicional tradicional pedido de silêncio. Durante este período, eles compartilham com os colegas o que descobriram nos livros. Afinal, há livros de vários sabores e para todos os gostos. “Estamos democratizando o acervo. Biblioteca muito arrumadinha não é muito utilizada”, analisa a professora e bibliotecária Paullet Gillet.

Toda semana as crianças escolhem dois livros. Um para ler em seguida, outro para levar para casa. Depois, em fila, formalizam o empréstimo com a Paullet. A regra é clara: se um aluno atrasa a devolução, em casa, ninguém da turma leva. A proposta está funcionando. Do 1º ao 9º ano, todas as séries visitam o local. De hora em hora, tem uma turma na biblioteca. O recreio também é hora de leitura, seja na biblioteca ou fora dela.

Foram os alunos que apelidaram uma parte da biblioteca de “Cantinho Sagrado”. É ali que ficam os materiais para disciplina de ensino religioso: bíblias de vários tamanhos e outros livros. O patrono Mario Zandron, que deu nome à biblioteca, é o principal responsável pelo numeroso acervo.

Desde 2002, o empresário joinvilense doa equipamentos e livros para a instituição. “Está ótimo o acervo da escola. Os alunos estão redescobrindo este lugar’, explica Paullet. Além de orientar os visitantes, ela faz contação de histórias. A última foi extraída do livro “Eu Te Amo Para Sempre”, que narra a história de um personagem zeloso e apaixonado por livros. Outra mensagem está escrita na parede, com a frase de Monteiro Lobato: “Um País se faz com homens e livros”.
Publicado originalmente no Jornal A Noticia de Joinville em 02/06/2010
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2923269.xml&template=4187.dwt&edition=14815§ion=1186

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