quinta-feira, 27 de maio de 2010

Faltam bibliotecas em Santos, dizem especialistas

Joyce Salles

Santos ocupa o 11º lugar no ranking de cidades brasileiras com o maior números de bibliotecas. A informação é do Ministério da Cultura(Minc). No Estado de São Paulo, Santos aparece em 4°lugar. Mas, para especialistas do setor, as bibliotecas perdem visitantes e estão longe das casas dos leitores.

A cidade possui cinco bibliotecas, localizadas no Centro, Aparecida (Posto 6), Zona Noroeste, Caruara (Área Continental) e Morro do São Bento. O município ainda dispõe de gibiteca, no Boqueirão (Posto 5), e hemeroteca, na Vila Mathias.

A bibliotecária Sueli Aparecida Lopes, responsável pela Biblioteca Municipal Mário Faria, explica que a localização facilita as visitas. “Considero nossa biblioteca bem procurada pelo público, por conta de ser bem localizada (no Posto 6, na orla da praia). Com isso, a procura acaba sendo grande, pois o público que passa em frente está a passeio e, por isso, tem tempo de dar uma olhada e conhecer nossa biblioteca”.

Ela revela considerar baixo o 11° lugar de Santos no ranking de cidades com maior número de bibliotecas. “Acho que nossa cidade deveria ter uma biblioteca municipal em cada bairro. Com isso, com certeza aumentaria o público leitor”.

A chefe de bibliotecas da Orla, Narayana Fida Mamede, disse que a distância atrapalha. “Quanto mais cômodo for para os leitores terem perto de casa uma biblioteca, melhor vai ser a procura. Acho que muitos não vão a biblioteca por ser longe”.

A chefe da Biblioteca Municipal Alberto Souza, Ana Claudia Duarte Rissiotti, lembra que “há mais ou menos 20 anos, a biblioteca era lotada, tinham filas e filas para o atendimento de pessoas. De uns tempos para cá, a procura foi diminuindo, nada de alarmante. Mas depois do surgimento da internet deu uma caída nas pesquisas nos acervos”.

"Há pouco tempo recebi uma mãe que trouxe a filha para conhecer a biblioteca, para a criança dar o valor a leitura e a pesquisas nos livros. Achei muito legal a iniciativa”, recorda.

O aposentado Decio Moraes Bonazzi, de 71 anos, é amante de livros desde seus 12 anos e sempre visita a biblioteca do Posto 6. Ele retira em torno de oito livros por mês. “Conheci essa biblioteca passeando pela praia e resolvi conhecer. Agora ocupo meu tempo lendo muitos livros”.

Ele acredita que a família influencia no hábito de ler. “Acho que ler vem do incentivo dos pais. A criança é curiosa, e se ver que o pai tem o hábito da leitura, a criança acaba adotando este hábito também”. Para o aposentado, “o livro tem o seu valor. Nada como o cheiro, a cara e comodidade de ler deitado na cama”.

Um livro por ano - De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio do Rio de Janeiro , sobre os hábitos de lazer relacionados à cultura, 60% dos brasileiros responderam não ter o hábito da leitura. Em 2007, 31% dos entrevistados leram ao menos um livro por ano. Dois anos depois, o índice caiu para 23%.

Outra pesquisa, feita pelo Instituto Pró-Livro , em 2008, mostra que os brasileiros lêem em média 1,3 livro por ano. O índice é tímido, se comparado a países como Estados Unidos, cuja população lê em média, 11 livros por ano; e a França, sete. Em um ranking de 30 países, o Brasil ocupa a 28º posição. Os argentinos estão dez posições à frente.
Publicado originalmente Unisanta Online em 08/05/2010
http://www.online.unisanta.br/2010/05-08/cultura-1.htm

1 comentários:

Sandra disse...

Gostaria de saber se estes "profissionais" entrevistados tem CRB. O Conselho também gostaria de saber?