domingo, 18 de julho de 2010

Déficit nas bibliotecas é preocupante

"JULIANA VILAS

Um levantamento do Observatório Cidadão, do Movimento Nossa São Paulo, comparou o acervo municipal de livros adultos e mostrou que a região central é a única em que a relação de obras disponíveis por habitante é maior do que um. Atinge 1,8.

"É praticamente impossível acabar com o déficit literário na cidade ou atingir a marca de dois livros por habitante, índice que a Unesco define como ideal. Exigiria um investimento monstruoso, mesmo que a cidade parasse de crescer", diz Maria Zenita Monteiro, coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas.

A média em toda a capital é 0,24 livro/habitante, mas chega a zero em três áreas: São Mateus, Cidade Ademar e M' Boi Mirim. As bibliotecas com acervos mais completos estão, de fato, no centro. São as mais antigas, segundo Maria Zenita Monteiro, criadas antes de a cidade crescer tanto. "Como construir prédios públicos é caro e moroso, criamos os pontos e bosques de leitura", explica.

Uma vez por ano, no mínimo, novos exemplares são adquiridos pela rede municipal. Desde 2005, R$ 7 milhões foram investidos nas reformas de 37 bibliotecas e R$ 9 milhões na compra de novos livros -além de R$ 1,5 milhão em jornais e revistas.

Depois da Mário de Andrade, o segundo maior acervo é o do Centro Cultural São Paulo (CCSP), que recebe de 900 a mil pessoas por dia.

As duas maiores bibliotecas oferecem fácil acesso, estão próximas a estações de Metrô e situadas em avenidas com grande circulação de ônibus. Especialistas garantem, entretanto, que bibliotecas públicas, para atrair mais leitores, devem estar nos bairros e ter identificação social com as comunidades."
Publicado originalmente em Revista São Paulo- 18/07/2010

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