O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 12.244/2010, que prevê que todas as instituições de ensino públicas e privadas possuam biblioteca. Além disso, as unidades deverão disponibilizar número de livros no mínimo igual ao de alunos. As escolas têm prazo de dez anos para se adequarem à lei.
Dados do Censo Escolar 2009 revelam que a maioria das escolas públicas da educação básica, e parte dos estabelecimentos privados, não têm bibliotecas.
O dirigente regional de ensino, Moacir Rossini, declarou que maioria das 30 escolas de Limeira já possui ambiente para leitura, mesmo as que não têm bibliotecas. Para a aplicação da lei, ele aponta a necessidade de adaptações nos espaços e lembra que não existe cargo de bibliotecário, trabalho geralmente feito por professores. Ele avalia que dez anos é tempo suficiente, mas no Estado a situação não preocupa. “Em São Paulo, que tem receita, esse problema é menor, diferentemente das regiões Norte e Nordeste”, diz.
Quanto à realidade limeirense, a Diretoria Regional de Ensino não possui números do acervo das escolas. “O Estado envia frequentemente livros de qualidade. Às vezes as escolas não têm espaço para acomodá-los”, diz Rossini.
A Secretaria de Estado da Educação informou que as “salas de leitura, que já somam mais de quatro mil no Estado, começaram a ser implantadas nos anos 80 e que em 2009 mais de 1,5 milhão de livros foram entregues às unidades. No entanto, no que se refere aos planos para o cumprimento da lei, a pasta informou que “os planos para implementação ainda serão elaborados”.
Nas escolas estaduais com salas de leitura consultadas pela Gazeta, os impedimentos para a substituição por uma biblioteca são espaço e profissionais. “Há uma sala, mas que não possui a organização de uma biblioteca. A maior necessidade é de espaço físico, além de material humano”, informou o responsável de uma unidade. No local, não há número aproximado do acervo e a sala com os livros não possui acesso dos alunos.
Em outra instituição estadual, a situação é parecida. Os livros ficam numa sala pequena, que comporta no máximo três pessoas entre as prateleiras, mas os alunos têm acesso. “Anotamos os dados e a criança pode retirar o livro”, diz um responsável, que aponta também, além do espaço, a falta de profissional para o trabalho. “Recebemos funcionários provisórios, mas no geral são professores readaptados que acabam cuidando disso”, complementa.Nas escolas ouvidas, os responsáveis aguardam orientações de como proceder para o cumprimento da nova lei.
REDE MUNICIPAL E PARTICULAR
Já no âmbito municipal, o secretário de Educação Antonio Montesano Neto declarou que, das 42 escolas com ensino fundamental, 18 possuem salas para biblioteca e as outras 24 contam com acervos na própria sala de aula, os “cantinhos de leitura”. “Dentro do que esta lei caracteriza as bibliotecas, como coleção de livros e materiais disponíveis para consulta, o município atende ao exigido”, disse.
Quanto ao acervo, Montesano diz que o total de livros ultrapassa tranquilamente o número de alunos. “A rede possui 25 mil alunos e só no ano passado foram entregues 30 mil exemplares. Há ainda a parceria com editoras, em que os alunos ganham kits com livros”, explica. Quanto aos acervos na sala de aula, que substituem as bibliotecas, a diretora do Centro Municipal de Estudos Pedagógicos (Cemep), Denise Ribeiro Massaguer, explica que, por se tratar de crianças, os “cantinhos de leitura” facilitam o acesso às obras. “Eles têm o livro à mão e podem usá-lo quando acabam a lição, por exemplo. Muitos professores defendem esse tipo de iniciativa”, explica. Antônio Francisco dos Santos, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), da Região de Campinas, diz não saber números exatos, mas que a maioria das instituições particulares da cidade possui biblioteca. “As escolas privadas conseguem se adequar em pouco tempo, mas dez anos é um prazo muito longo. A lei chegou tarde. O hábito da leitura surge, senão em casa, na escola, e se não houver isso na infância é mais difícil que os livros atraiam na fase adulta”, pondera. (DL)
Publicado originalmente no jornal Gazeta de Limeira em 03/06
http://www.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=38079
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Bibliotecas passam a ser obrigatórias; espaços de leitura são considerados por representantes
Postado por crb8saopaulo às 10:11 0 comentários
Marcadores: bibliotecas escolares, Lei 12.244, Limeira
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Limeira está em posição nº 154 em ranking de biblioteca pública
As duas bibliotecas públicas municipais existentes em Limeira configuram menos de uma instituição para atender cada 100 mil habitantes, o que deixa a cidade na 115ª posição num ranking de 263 municípios brasileiros, e em terceira entre seis da região. O dado é do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado na última semana pelo Ministério da Cultura (MinC).
O estudo, feito entre setembro e novembro de 2009, abrangeu as bibliotecas de todas as cidades do País e mapeou desde hábitos de usuários, como pesquisas escolares, gerais ou visitas a lazer, até a formação de funcionários.
Numa lista com 263 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, a média de 0,71 deixa Limeira na 115ª posição, como 32ª entres as paulistas listadas, considerando duas bibliotecas (municipal e infanto-juvenil). Na região, estão em melhor situação de disponibilidade em relação à população Rio Claro (1,56, em 13º) e Araras (0,87, em 76º). Após Limeira, Santa Bárbara D’Oeste fica em 154º lugar (0,52), Americana em 162º (0,48), e Piracicaba em 226º (0,27).
Segundo dados da Secretaria Municipal da Cultura, durante o ano passado, as bibliotecas de Limeira receberam 127 mil visitas, com 30 mil empréstimos, cerca de 2,5 mil mensais, considerando o fechamento devido à gripe suína e para a reforma, em novembro. A quantidade foi além da média nacional de 296/mês e estadual, 421/mês. A alta pode se explicar por outro fator: a cidade está entre os 25% de instituições nacionais com acervo acima de 10 mil títulos, contabilizando cerca de 30 mil. “Há previsão de novas aquisições, mas, no caso de pesquisa escolar, houve queda na procura, devido à possibilidade de pesquisar em casa, pela internet. Essa tendência ocorre em cidades do porte de Limeira”, declarou o secretário da pasta, Adalberto Mansur.
Para ele, a posição da cidade no ranking e os números do censo configuram um resultado bom. “Resulta de medidas tomadas recentemente, como ampliação do acervo e a informatização no atendimento. É claro que poderia ser melhor e, com esse objetivo, estamos desenvolvendo várias ações”, afirmou.
VERBA E PROJETOS
Além da divulgação do censo, o MinC anunciou o investimento de mais de R$ 30 milhões para bibliotecas públicas brasileiras. O incentivo virá por meio de edital do programa Mais Cultura, com inscrições abertas para projetos dos municípios que podem pleitear verba de R$ 85 mil a R$ 115 mil.
Segundo Mansur, o município avalia a participação no edital. Enquanto isso, está em fase final de orçamento o projeto de uma biblioteca de 4,5 mil metros quadrados na área do Ceprosom, no Parque Cidade. “Prevê internamente algo nos moldes das livrarias modernas, com amplo acesso aos livros e a possibilidade de a pessoa passar o dia no interior da biblioteca, lendo livros e outras publicações”. O projeto destinaria o antigo prédio da biblioteca, hoje em reforma, a outras ações culturais.
Com a reabertura da biblioteca em novo local, o secretário afirma que, além dos 11 funcionários, foi chamado em concurso um bibliotecário, além da futura contratação de especialistas em informática, pedagogia e administração.
Outras iniciativas estão previstas para atrair o público. “Os funcionários, durante o fechamento, desenvolveram um projeto de visitas técnicas, que incluíram até museus. Houve uma troca de experiências nesses lugares”.
A descentralização está em pauta, com a participação das bibliotecas comunitárias, nas quais são conhecidas as demandas para projetos itinerantes ou de apoio.
Publicado originalmente na Gazeta de Limeira em 09/05/2010
Postado por crb8saopaulo às 09:23 0 comentários
Marcadores: censo de bibliotecas, Limeira